Professor da UFSM vai ao Japão palestrar em evento internacional de química

Uma vida dedicada aos estudos em espectrometria atômica colocou Érico Flores em um patamar de reconhecimento mundial na área de química. Além de pesquisador, ele é docente do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Tão difícil quanto a pronúncia do termo “espectrometria atômica”, as pesquisas de Flores são extremamente complexas. Mas, quando ele explica, parece mais simples:

– São interações que ocorrem em nível atômico, ou seja, muito minúsculas. Essas alterações nos permitem correlacionar concentração dos mais diversos elementos. Por exemplo, o controle de qualidade de alimentos, de produtos farmacêuticos, análise de solos e fertilizantes são usadas técnicas de espectroscopia atômica – resume.

Érico Flores é uma das referências no assunto no Brasil. Prova disso é que foi o único representante latino-americano convidado para ser palestrante na 42ª edição do Colloquium Spetroscopicum Internationale (CSI) que vai ser realizado em Tokushima, no Japão, neste mês. Realizado desde 1950, o evento é um dos mais tradicionais do mundo na área e é feito a cada dois anos em países diferentes.

– Foi uma surpresa boa, não esperava esse convite. Esses espaços são muito disputados, tem pessoas da Europa, Estados Unidos e da Ásia. Então, eles abrirem a oportunidade para um pesquisador da América falar não é tão comum, apesar da alta qualidade dos cientistas brasileiros e sul-americanos – ressalta o professor.

Durante o encontro serão apresentados os avanços na área. Além disso, o evento deve reunir as maiores autoridades do mundo no assunto. Para utilizar as técnicas de espectrometria atômica, são necessários laboratórios de alto padrão contendo equipamentos de grande porte com valores superiores a R$ 1 milhão. No Brasil, não há muitos. Um dos principais fica na UFSM e é coordenado por Flores.

– Exige muita dedicação, conhecimento e competência. No nosso grupo de pesquisa nós recebemos muitas premiações e reconhecimentos – comenta o pesquisador.

A UFSM é referência nacional na área de estudos de química. Desde 2004, o PPGQ tem conceito 7 na escala da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sendo essa a nota máxima.

– Ao mesmo tempo que nos dá uma visibilidade muito forte, nos traz uma carga enorme de responsabilidade. Para manter essa nota não é fácil. Nós fomos o primeiro programa nota 7 da UFSM e somos um dos poucos do Brasil inteiro. Tudo isso é fruto do reconhecimento nacional e internacional da qualidade da pesquisa que é feita aqui – afirma.

Atuação na Fapergs e na Anvisa

No início do mês, Érico Flores tomou posse como integrante do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), principal instituição estadual de fomento da ciência, internacionalização e inovação. A escolha pelo professor é mais um reconhecimento pela experiência e trajetória junto às agências de fomento da ciência e da tecnologia no Brasil. Ele atua junto à Fapergs há mais de duas décadas, tendo ocupado diversos cargos desde 1999.

Ele também ocupa atualmente a Coordenação do Comitê Nacional Técnico-Temático de Insumos Farmacêuticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

– O comitê é responsável por revisar e estabelecer as normas de controle de qualidade para produtos farmacêuticos e insumos. É uma responsabilidade muito grande – complementa.